Terapia Ocupacional na Reabilitação Neurológica

O aumento da incidência de doenças/condições neurológicas a nível nacional, tais como Acidente Vascular Cerebral e de Doenças Neurodegenerativas como o Parkinson, Alzheimer ou Escleroses tem acarretado consigo desafios significativos tanto para os indivíduos acometidos, como para as famílias e para a sociedade. É emergente potenciar a participação e funcionalidade destes indivíduos.

A intervenção precoce, atempada e contínua pode resultar em melhorias na funcionalidade e na independência. Um programa de reabilitação adequado e personalizado para cada utente é fundamental.

Na Clínica Particular de Cerveira, para além de outras valências temos a nossa equipa de especialidades reforçada com vários profissionais que podem ter um papel fulcral no processo de reabilitação desta população.

A terapia ocupacional desempenha um papel crucial na reabilitação e melhoria da qualidade de vida desses utentes, enfatizando a importância da autonomia e da capacidade funcional nas atividades da vida diária.

Através de uma avaliação detalhada das capacidades existentes e das dificuldades sentidas pelo utente, é desenvolvido um plano de intervenção que pode incluir:

• Treino de Actividades da Vida diária: que visa promover a independência do indivíduo nas actividades de auto-cuidado, como por exemplo vestir-se ou alimentar-se;
• Reabilitação Funcional: através de técnicas especificas de intervenção, prevê potenciar a aquisição/melhoria de competências motoras e/ou cognitivas que permitam uma participação mais funcional;
• Aconselhamento de adaptações/ajudas técnicas: que visa a adaptação dos contextos físicos, como por exemplo a eliminação de barreiras arquitetónicas ou aconselhamento de tecnologias de apoio que permitam facilitar a realização das ocupações;
• Aconselhamento familiar: através do ensino de estratégias ao cuidador, como por exemplo ensino de técnicas de transferências, para que o apoio prestado ao seu ente querido seja efectuado com o maior conforto e qualidade para todos.

No dia 29 de Outubro assinala-se o Dia Mundial do AVC, data dedicada à consciencialização sobre esta condição que é uma das principais causas de morte e incapacidade em Portugal. Nada melhor que alguns exemplos para que possa compreender melhor o papel deste profissional, na intervenção com um utente com AVC.

O utente acometido por um AVC pode sofrer a perda parcial ou total da mobilidade de um hemicorpo ou mesmo dos 4 membros, ou a perda das competências de fala e/ou competências cognitivas. Estas alterações desempenham um impacto negativo no dia a dia do paciente, levando a limitações da marcha e da participação nas suas actividades diárias de forma funcional. O Terapeuta Ocupacional, para além de recorrer a estratégias de facilitação/activação da actividade voluntária dos membros através de abordagens específicas como o Conceito de Bobath, intervém directamente na melhoria na participação ocupacional nas actividades da vida diária.

Por exemplo, um utente com dificuldade em vestir-se, é realizado um treino de actividades da vida diária com ensino de estratégias para vestir primeiro o lado mais afectado ou sugeridas tecnologias de apoio como por exemplo o abotoador.

No caso de dificuldades de se auto-alimentar, podem ser aconselhadas ajudas técnicas como rebordo de prato ou talher adaptado, ou mesmo ensino de estratégias de estimulação aos familiares (ex. colocar o prato mais para um lado da mesa).

No domicílio, se a pessoa tiver dificuldades de se movimentar, o terapeuta poderá fazer aconselhamento de alterações domiciliárias como por exemplo adaptações para o banho que facilitem a tarefa ao utente ou seu familiar que preste apoio.

Desafios e Perspetivas Futuras

A abordagem terapêutica em doenças neurológicas enfrenta diversos desafios, desde a variabilidade dos sintomas até a necessidade de adaptação contínua das estratégias terapêuticas. Assim sendo, apostamos em profissionais com formação continua para melhor servir a comunidade. Somos da opinião que a terapia ocupacional oferece uma contribuição fundamental na gestão de doenças neurológicas, colocando o utente no centro do processo terapêutico e trabalhando para maximizar sua independência e qualidade de vida.

Em caso de dúvidas não hesite em contactar-nos, sendo que a nossa equipa tem uma terapeuta ocupacional com formação especializada e com vários anos de experiência em utentes com condição neurológica.