O Brincar enquanto “Ocupação” da criança e ferramenta terapêutica

26 de Novembro, 2025

Quando pensamos no brincar, várias ideias nos borbulham na cabeça: crianças a rirem, a utilizarem jogos, a inventar histórias ou a correm de um lado para o outro.

Porém já Einstein afirmava que “o brincar é a forma mais elaborada de pesquisa”.

O brincar é um dos comportamentos mais inatos que as crianças têm desde tenra idade e nos últimos anos, com o aparecimento das neurociências e o estudo dos processos cerebrais envolvidos no brincar veio reforçar a sua importância.

Para Ferland, 1997 o brincar deve ser visto, não só como método de intervenção, mas com um objectivo a alcançar como fim terapêutico. Segundo a American Occupational Therapy Association (2008), o ato de brincar é uma ferramenta importante que influencia a vida da criança, sendo que a literatura nos tem mostrado, ao longo dos anos, uma associação directa entre o brincar e o desenvolvimento, bem como entre o brincar e a aprendizagem.

O brincar é multifacetado e manifesta-se de diversas formas. A criança ao brincar, desenvolve a coordenação física, maturidade emocional, competências sociais para interagir com outras crianças, e a autoconfiança para experimentar coisas novas e explorar novos ambientes.

Na verdade, o brincar é um acto muito sério. É uma ponte entre o mundo interior da criança e o mundo exterior, tornando-se uma ferramenta transformadora. É relativamente consensual que as primeiras formas de brincar são predominantemente exploratórias e sensoriomotoras.

Durante a infância muitas modificações acontecem ao nível do brincar que transita de um brincar autocentrado, exploratório e sensoriomotor para formas mais sociais e cooperativas de brincar.

Assim sendo, é através do brincar que se constroem as aprendizagens para o futuro. Por isso é que é fundamental tanto a família como os educadores estarem atentos a dificuldades no brincar ou à escassez do brincar para poderem procurar ajuda especializada atempadamente e minimizar impactos futuros.

Na Clínica Particular de Cerveira, na abordagem da Terapia Ocupacional, honramos a premissa “o brincar é coisa séria”, utilizando o brincar como parte essencial do processo terapêutico. Para isso dispomos de uma sala de Integração Sensorial, totalmente equipada que permite uma grande variedade de oportunidades sensoriais, havendo espaço para o brincar livre e a possibilidade de explorar diversos jogos que estimulam competências motoras e/ou cognitivas. As sessões são pautadas pelo brincar, como principal ocupação da criança, mas direccionadas por um plano terapêutico que vai ao encontro com a participação ocupacional da criança.

Assim numa sessão de Terapia Ocupacional na nossa clínica, durante o brincar com a criança, a terapeuta não só brinca, mas também:

  • Desenvolve um plano terapêutico, com objectivos que guiam a intervenção com recurso ao brincar terapêutico;
  • Fornece diferentes oportunidades sensoriais, que são a base da aquisição de competências motoras, cognitivas e linguagem;
  • Segue a motivação intrínseca da criança para o brincar;
  • Elege as estratégias mais adequadas para interagir, construir e explorar, que promovam a interacção e exploração;
  • Cria novas oportunidades para o desenvolvimento de novas competências.

Se sente que algo possa estar a ser desenvolvido de forma menos adequada, contacte-nos.

Nunca subestime o brincar da sua criança, porque brincar é coisa séria.

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